Wednesday, October 29, 2014

Meio ano

Pois é, o meu BabyGui fez ontem 6 meses, meio ano, MEIO ANO! Lembro-me tão bem do ano passado por esta altura estar a anunciar ao mundo que estava grávida e agora ele, não só está cá fora, como fez 6 meses.
É apenas meio ano, mas como explicar a alguém que meio ano de um bebé nosso é como uma vida? Não consigo sequer imaginar como era antes do Guilherme...ele sempre esteve connsoco, sempre fez parte. Não me canso de olhar para ele e pensar que é impossível haver amor maior, amor mais forte, mais arrebatador, mas também um amor estranho, diferente, que causa medo.

O Guilherme é só o bebé mais lindo do mundo (óbvio) que desde sempre se desmancha num sorriso enorme para tudo e todos. O Guilherme ri-se para os livros que têm caras a sorrir, ri-se para quem passa na rua, mesmo que não olhem para ele. Ri-se para todos os bonecos com boca e olhos, ri para os vizinhos, para as crianças, para o pediatra e para as enfermeiras que lhe dão as vacinas. O Guilherme acorda e depois de se espreguiçar e enrugar a testa da forma mais amorosa que eu já vi, abre os olhos e ri, um sorriso perfeito que nos despedaça em mil. Na maior parte do tempo controlo-me para não o esborrachar, enchê-lo de beijos.
O Guilherme quando está ao colo, de tempos a tempos olha para trás, estica a mão, faz uma festinha e encosta a boca lambusada na nossa face para dar beijinho. O Guilherme ri-se à gargalhada quando toca na barba por fazer do pai. Já vos disse que ele é lindo? Que faz um beicinho quando não lhe damos atenção, que chora desalmadamente quando a maçã que estava a roer lhe cai da mãos. O Guilherme ainda não estica os braços para ir para o colo de ninguém, mas estica para o seu amigo biberão cheio de leite. O Guilherme nunca quis estar deitado como os bebés, ele quis estar sentado, nunca encostou a cabeça no ovo e tanto quis que aos 5 meses se sentou correctamente, aos 6 não precisa de ajuda nem e alomofadas. O Guilherme já deu algumas cabeçadas quando quis aprender a estar sentado e chorou e o meu coração doeu.
O Guilherme adora fotos e mal vê a máquina sorri e faz poses. O Guilherme adora brincar e quer sempre o brinquedo que temos na mão. O Guilherme rebola como eu nunca vi. Fica a ver-nos fazer o jantar e dá gritinhos ensurdecedores. Adora tomar banho e chapinhar com toda a força. O Guilherme fica eufórico quando o levamos para a porta de casa ao colo porque sabe que vai chegar alguém.
Nestes ultimos meses pudemos ver o nosso bebé pequenino a aprender a palrar, a gritar, a sentar-se, a arrastar-se e a rebolar. Pudemos vê-lo agarrar em brinquedos, primeiro apenas para os levar à boca, depois para os abanar e manusear. Nestes meses o Guilherme fez coisas novas de um dia para o outro como aprender a cuspir e fazer a sopa voar por todos os lados. Mexe nas próprias mãos, observa atentamente os dedos. O Guilherme descobriu as sombras um dia destes à noite e agora não as larga, gosta de nos ver fazer movimentos e já olha para trás para ver se somos nós. O Guilherme franze o sobrolho e levanta uma sobrancelha quando está intrigado e baba-se, baba-se muito!
O nosso Guilherme aprendeu a atirar tudo para o chão e olha para lá e para nós para irmos apanhar. Fica chateado quando pego nele e o faço apanhar. O Guilherme às vezes faz ar de mau e bate-nos nas mãos energicamente quando lhe tentamos colocar soro ou aspirar o nariz.
Nestes 6 meses o Guilherme tem o dobro do cabelo e já o puxa quando está cheio de sono. Puxa muito o meu e o pai adora deixá-lo puxar o dele. Ensinou-nos que os protectores de berço com bonecos não são para bebés porque servem para estar quase a dormir, mas desatar a rir. Mostrou-nos que essa história de dormir de barriga para cima não é para sempre e que podemos ir lá virá-lo 30 vezes que ele vira as outras 31, e que de manhã podemos encontrá-lo virado de pernas para cima. O Guilherme prefere as meias dele a qualquer boneco para roer e adora detalhes em todos os brinquedos. O Guilherme chora nos parques de estacionamento porque está escuro e quando passeia na rua fica com um ar de importante. O Guilherme tem agora 2 dentinhos lindos em baixo que o chateiam bastante. Comeu a 1ª sopa e detestou e comeu a 2ª, a 3ª, a 4ª e a cara feia persistiu. Ontem comeu papaia e devorou o prato inteiro. O Guilherme adora que cantemos para ele e faz gritos ao mesmo tempo. Às vezes dançamos os três e ele bate os braços de alegria. O Guilherme chorava muito no carro mas agora vai todo o caminho muito pensativo a olhar pela janela.
É isto e muito mais. O Guilherme é só o bebé mais lindo do mundo.

Todos os dias somos prendados com algo novo, algumas repetem, outras ele esquece e fez apenas uma ou duas vezes. Todas as etapas são fantásticas e tentamos todos os dias lembrar-nos de as viver intensamente.

O Guilherme ensinou-nos a amar. Nasceu, e nesse dia a nossa vida deu uma volta impressionante. Ensinou-nos a temer, a rir com vontade. Fez-nos perceber que aqueles livros todos que lá temos em casa não servem para muito, porque na hora H conta o instinto dos pais. Com ele aprendemos a ser mais tolerantes, pacientes e até amáveis. Fez-nos ver que as pessoas eram irritantes às vezes e que queriam ensinar-nos tudo como se soubessem mais, mas depois ensinou-nos a saber ignorar, sorrir e acenar.
O Guilherme faz-me correr para casa no final do dia. Fez-me chorar como nunca quando me separei pela primeira vez dele.
O Guilherme ainda não dormiu uma única noites completa. Mas no final, ao sorrir daquela forma, faz-nos esquecer tudo e pensar vezes e vezes sem conta que vale a pena. Não sou das mães que acha que é tudo lindo e fantástico, tudo fácil. Ser mãe é duro, ser mãe (e pai) às vezes cansa, às vezes chateia, às vezes faz-nos perceber que agora é que são preocupações de verdade. Não pensar em mais nada durante 24h às vezes é desgastante.
Mas é um amor infinito. Um amor louco que nos faz ser alguém que não sabíamos ser capazes.

Parabéns meu amor, meu "pico", meu eu. Somos três agora, para sempre. 


4 meses




6 meses

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