Filho, hoje vou falar-te sobre o teu pai.
Mãe é mãe dizem.
E eu digo que Pai é Pai. Tu tens o melhor pai do mundo. O
pai que foi pai assim que te ouviu pela primeira vez. O som forte do teu
coração com 6 semanas. As lágrimas. As primeiras. Depois dessas vieram tantas.
Tu cresceste em mim filho, dentro de mim. Mas metade de ti é
do pai. E ele quis estar contigo. E esteve. Esteve quando me deu a mão nas
consultas. Esteve quando sofreu por mim. Esteve em todas as aulas que eu quis
estar. Leu tudo o que podia ler. Ouviu-me. Aturou-me. Limpou-me as lágrimas.
Cozinhou para mim durante quase 40 semanas. Carregou as compras. Montou os teus
móveis sozinho. Mudou os quadros de sítio quando eu pedi. Dei com ele algumas
vezes sozinho no teu quarto, à tua espera.
Na última noite que passámos em casa (ainda) sem ti, ficámos
os dois acordados de mãos dadas e uma mão na barriga. Os três de mãos dadas. Os
três unidos e preparados para o que estava a chegar. Quando o dia chegou fomos
confiantes. Cedo, tão cedo. A mão dele sempre na minha. Deu-me forças. Disse
que acreditava em mim. Em nós. Que eu era forte. Que eu conseguia. E deu-me
chocolates às escondidas. Disse que eu era tão bonita.
Fomos para a sala de partos e o teu pai esteve sempre
activo. Sabia tudo e eu sentia-me tão bem. Tão segura. Ele estava ali connosco.
Nada nos ia acontecer. Deu-me a mão. Disse-me ao ouvido que estava na hora. Que
eu era a mulher mais forte do mundo. Que me amava. Que te amava. E depois pegou
em ti. E chorou. E fez-me chorar.
Vestiu-te. Foi ele que te vestiu pela primeira vez. E
pegou-te e eu vi que te encaixavas no colo dele. Era o teu ninho. O teu
sossego. Mudou-te fraldas. Ajudou-me em tudo. Pegou em ti sempre. Dormiu
contigo. Beijou-te tantas vezes. Disse que eras tudo para ele. Que eras a vida
dele. Acalmou-te. Disse-me sempre que eu era a melhor mãe do mundo. Que estava
tudo bem. Que éramos uma equipa. Que o nosso filho era perfeito e que íamos ser
capazes.
E fez-te rir. A primeira gargalhada que deste foi para ele.
Também canta para ti tantas vezes. Faz-te dançar. Ficou contigo o primeiro mês.
Não quis sair dali. Não quis ir trabalhar, não conseguia largar-te,
desprender-se. Dá-te banho. Dá-te colo. Deu-te colo quando tinhas cólicas. E
deu-me colo a mim também. O teu pai tem sempre espaço para nós os dois. Ficou
contigo o último mês. Orgulhoso. Babado. Nunca está cansado de ti. Nunca está
farto. Pega-te. Passeia-te. Levanta-se todas as noites para ver como estás.
Fica ao teu lado quando estás doente. Chama-te filho com um amor tão singular.
Tão natural. Às vezes, já estamos quase a adormecer e ele diz-me “o nosso filho
é tão lindo”. E eu sorrio.
O teu pai é pai por instinto. É pai sem saber o que é ter
um. Por isso é pai e mãe. É teu por inteiro. É o melhor Pai do mundo.
Feliz dia do Pai, Pedro.
12 comments:
Bonita carta de amor, beijinhs!
:') *
Fiquei sem palavras... :)
Fiquei sem palavras... :)
Adorei Andreia, muito bonito mesmo! Desejo-vos muitas felicidades! Beijinhos para os 3 :)
Que palavras tão lindas! Já não chorava a ler uma carta há algum tempo! E, sim! o Guilherme tem o melhor pai Pedro do Mundo! E o meu Guilherme também tem o melhor pai Pedro do Mundo! ;o)
Amei, amei, amei!
Ser mãe também é saber partilhar...partilhar o amor, as responsabilidades, as emoções, as dores Isso só faz de ti uma pessoa melhor :)
Beijinhos
Carta tão linda e emotiva. És muito querida, Andreia, e escreves tão bem!
Joana Rocha
Adorei! Muito bonito!
Opa ele está tão fofo :)
Que ternura... Sorte dos bebés com pais fantásticos e mães que escrevem sobre os pais desses bebés com tanto amor! :)
Ohhh que lindo ;)
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