- Mas o que é exactamente?
Não sei bem, é como se fosse tudo um momento que depois colocássemos em modo repeat indefinidamente. Vemos e revemos a mesma cena vezes e vezes sem conta. É um ciclo sem fim. Vicioso. Complexo ao mesmo tempo, não percebo.
Como se escrevêssemos um livro. Depois reescrevemos o mesmo livro até ao fim dos nossos dias. Mudamos as personagens. Alteramos um pormenor ou outro. Enfeitamos a nossa história com mais uns sorrisos. Quando o terminamos percebemos que o livro está igual ao anterior. Folheamos as mesmas páginas. Vivemos as mesmas emoções. Envelhecemos enquanto os nossos livros perdem também a cor e a vida.
Há sempre aquela fase em que achamos que conseguimos modificar totalmente um dos nosso livros. Mudamos a história. Revoltamo-nos com as personagens e atribuímos-lhes finais inesperados. Forçamo-las a ser diferentes, originais. Por momentos achamos mesmo que mudámos alguma coisa.
Normalmente, esses livros nunca chegam a ganhar forma. Não passam de rascunhos inacabados. Folhas soltas espalhadas pela casa, nunca chegam a ser reunidas. Nunca chegam a ter interligação com os restantes livros da nossa vida. Esses rascunhos nunca fazem realmente parte da nossa prateleira mas, por vezes, são os mais importantes.
Quero reunir os rascunhos e construir com eles um livro.
Quero esquecer todas as personagens e cenários e desenvolver o meu próprio teatro atrás das cortinas. Sem espectadores.
"Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know just who I am"
/eu própria
9 comments:
o livro é teu, tu é que tens de o escrever!
tu é que decides as personagens e as histórias... as intrigas e as comédias... o livro é teu! ;)
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Pois... mas não é nada fácil.
Mas também é por isso que a vida constitui um desafio permanente.
Gostei deste teu deja vu.
Beijinhos.
nao vais acreditar, mas as ultimas palavras que me passaram pela cabeça antes de abrir o teu blog foram precisamente 'deja vu' :o
foi com uma ternura ainda maior que acabei a ler o teu texto :)
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deja vu e uma sensaçao que em muitas pessoas aparece constantemente!esquisito e sem resposta!beijinho!
Gostei imenso do teu texto.. Gosto das tuas ambições! beijoka
Fragmentos, fragmentos... Somos nós colados bocadinho a bocadinho.
A lonjura é a distância da viagem, a idade não cobre os rochedos, passam ventos de encantamento descobrindo mil e um segredos, tantas histórias, tanto caminhar, quanto tempo leva a viagem das pedras e se o sol não voltasse no amanhã achas que a lua sorria para elas?...
Boa semana
Doce beijo
o livro da tua vida...é sp bom ler e reler...
No outro dia tive um serão interessante, falavam-me precisamente do deja vu.
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