“Nem naquele dia, nem no outro. Todos os dias assim como que mortos, como que atirados para um canto, já sem vida.
Mas não, a respiração. Essa mostrava que ainda havia um pouco de esperança. Um resto de essência. Um traço de coragem escorraçado mas resistente. A respiração.
Ali a um canto, apenas quando encostava o meu ouvido se sentia um bafo quente ainda que me congelasse por dentro. Sempre tive medo. Medo de te tentar arrancar dali, pegar no teu corpo meio abandonado, meio vazio e levar-te. Trazer-te comigo para a realidade.
Toquei-te de leve. Toquei-te como se não fosses real. O meu dedo a tremer até chegar a ti, pavor. Mandaste um salto assim que me sentiste, ou talvez nem tenha sido isso. Talvez tenhas somente despertado.
Olhaste-me profundamente. Olhos molhados, escuros, frios... Mas, um olhar de súplica. Como quem pede ajuda. Estendeste-me a mão húmida.”
Desperto do pesadelo e fico a pensar em ti. Acordada. A tremer.
E só me apetece correr para ti.
Fazem-me tantas perguntas que já deixei de saber responder-lhes.
Quero dizer-te só a ti e és o único que não pergunta...
Amor, faz-me uma pergunta a mim.
Pára de fingir. Já estou cansada. Pára de querer esconder. Já chega.
Fada ou borboleta...o que eu queria mesmo era voar e fazer magia.
/eu própria
3 comments:
Olá!
Há sonhos e sonhos...
Há sonhos que, mesmo sabendo serem pesadelos, nos assustam... nos fazem ficar em pânico... e ter alguém por perto a quem pedir um abraço... é tão bom!
Acordar e ter a certeza de que era apenas um sonho mau...
Este teu texto deixou-me arrepiada e a pensar!
Um beijinho soprado
Patreces-me descrever aqui momentos em que apetece dizer para a outra pessoa:
- "Queres parar de fingir que não me amas, por favor?..."
Beijo
a última frase está excelente...
digna de figurar nos anais (ou aneis?) da historia da literatura!
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